Teratologia
Consiste no estudo das malformações congênitas, ou
seja, das anomalias de desenvolvimento que provocam alterações morfológicas
presentes ao nascimento. Estas podem variar da formação defeituosa de um ou
mais órgãos até a completa ausência do órgão.
Drogas Teratogênicas
Drogas
teratogênicas são as drogas capazes de causar malformações no feto quando
tomadas durante a gravidez, principalmente nas primeiras 10 semanas. Essas
drogas são responsáveis por 2-3% de todas as malformações em bebês. Algumas substâncias
teratogênicas são:
· Álcool:
o bebê pode nascer com cirrose, demência, hipoplasia maxilar (maxila pequena),
microcefalia (encéfalo pequeno);
· Nicotina:
causando vaso constrição, portanto má formação nas extremidades;
· Uso
de alguns tipos de antibióticos, afetando a organogênese = surgimento ou
formação dos órgãos nos primeiros 3 meses de vida;
· Tinturas
para cabelos: amônia presente afeta o sistema nervoso.
· O
chumbo está relacionado com um aumento no número de abortos, retardamento
mental e distúrbios neurológicos.
· Talidomida,
uma droga utilizada no passado durante a gestação para alívio de enjoo
(provocando focomelia, ou seja, mãos e pés inseridos diretamente no tronco).
· Alimentos
contaminados com mercúrio orgânico provocam sintomas neurológicos múltiplos
semelhantes à paralisia cerebral.
Na placenta, o
sangue materno passa pelo espaço interviloso que envolve os vilos, que contêm
os vasos sanguíneos do feto. O sangue materno que se encontra no espaço
interviloso é separado do sangue do feto que se encontra nos vilos pela
membrana placentária. As drogas presentes no sangue da mãe podem atravessar
essa membrana, passando para os vasos sanguíneos dos vilos e passam através do
cordão umbilical até o feto.
O modo como uma
droga afeta o feto depende do estágio de desenvolvimento deste e da potência e
da dose da droga. Certas substâncias utilizadas no início da gestação (antes do
17º dia após a fertilização) podem atuar baseadas na lei do tudo ou nada, seja
matando o feto ou não o afetando em absoluto. Durante esse estágio, o feto é
altamente resistente aos defeitos congênitos.
Contudo, ele é
particularmente vulnerável a esses defeitos entre o 17º e 57º dia após a
fertilização, quando seus órgãos estão se desenvolvendo. As drogas que atingem
o feto durante esse estágio podem causar aborto espontâneo, um defeito
congênito evidente ou um defeito permanente mais sutil (o qual é percebido mais
tarde) ou podem não causar qualquer efeito perceptível.
É improvável que
as drogas utilizadas após o término do desenvolvimento dos órgãos causem
defeitos congênitos evidentes, mas elas podem alterar o crescimento e a função
de órgãos e tecidos formados normalmente.
Os medicamentos que uma mulher toma durante a gravidez pode afetar o
feto de várias maneiras:
·
Por atuar diretamente no feto, causando dano,
desenvolvimento anormal ou morte.
·
Por alterar a função da placenta, usualmente pela constrição
dos vasos sanguíneos e consequente redução da troca de oxigênio e nutrientes
entre o feto e a mãe.
·
Por causar contração intensa dos músculos uterinos,
prejudicando indiretamente o feto pela redução do suprimento sanguíneo.
·
Teratógenos podem causar aborto espontâneo, anormalidade
congênita, retardo do crescimento intrauterino, retarda mental, carcinogenese,
e mutagênese.
Exemplo de drogas consideradas comprovadamente teratogênicas em humanos:
·
Captopril;
·
Antitireioideanos;
·
Etanol (em altas doses);
·
Iodetos e Iodo radioativo;
·
Lítio;
·
Talidomida;
·
Tetraciclina;
·
Vitamina A (>18.000UI/dia)
Prevenção de
Defeitos Congênitos
·
Suplementação do sal ou da água com iodo
·
Controle metabólico de mulheres com
diabetes ou fenilcetonúria
·
Suplementação com folato (acido fólico)
para redução de incidência de espinha bífida
·
Evitar o consumo de álcool e drogas
durante a gestação
·
Iniciar estratégias de prevenção antes
da Concepção
·
Evitar
o uso de retinóides durante o período fértil da mulher.
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